quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Iron Maiden - The Final Frontier



Baixei, ouvi e me surpreendi.

Ufa. Essa é a expressão depois da viagem até a fronteira final. Agora já posso respirar...

Este é com certeza o album que mais esperei esse ano, e estamos falando de uma grata surpresa.

Depois de 14 albuns, quando ouvimos um album novo do Iron Maiden, geralmente esperamos por aquela formula tão conhecida que eles sempre usaram nos discos e que tornaram algumas músicas previsíveis com o passar dos anos. Isso não é demerito algum. Mas desta vez, quem esperou pelo ' muito do mesmo ' quebrou a cara. Não que The Final Frontier não tenha uma receita. Tem sim, eles usaram a formula do imprevisível.

Depois do mediano A Matter Of Life And Death, esperava que The Final Frontier viesse mesmo superior, mas não tanto. Fomos todos avisados que este seria um album que flertaria por campos progressivos, mas o que temos aqui é um verdadeiro romance com o prog.

Em recente entrevista, Dave Murray dizia que em alguns momentos a música Sattelite 15...The Final Frontier não parecia soar como Iron Maiden. Ele seguiu dizendo:

" ...eu mostrei para alguns amigos e eles ficaram com cara de dúvida, dizendo que era legal mas sem muito entusiasmo. Até que, de repente, parece que deu um clique neles. Algo como ' ah sim, agora entendi! ' Por um lado isso é bom porque leva você a um lado diferente. Aí, vc se toca que é Iron Maiden e volta para sua área de conforto. " *

Isso traduz bem a sensação que eu tambem senti, não só na música de abertura, mas em varias outras passagens.

Estamos falando de um album complexo, ousado e muito rico.

A abertura é muito confusa e cheia de misterio. Um ar de desespero, é como se você estivesse mesmo perdido no espaço. A atmosfera rica se desenvolve e para de repente, entrando então a parte já conhecida de Sattelite 15...The Final Frontier.

É a vez de El Dorado. Depois de ouvir o album inteiro, é possivel compreender porque foi a primeira música liberada pela banda. É a música menos complexa do album, tem uma conotação comercial mais forte. Mas ao mesmo tempo, apesar de ser uma boa canção, fica fraca ao lado do restante do material.

Mother Of Mercy tem uma intro bem caractertistica do Iron Maiden, e vai crescendo com um riff que me lembrou um pouco o antigo Def Leppard. Alguns trechos soam hard rock, mas de maneira bem discreta.

Coming Home começa de um jeito bem diferente do usual. Em alguns momentos, soa como músicas da carreira solo do Bruce Dickinson, mas as partes limpas te fazem lembrar de músicas como Children Of The Damned e Revelations. Destaque para os solos, que são excepcionais.

O album começa a esquentar com The Alchemist. Com a cadência de músicas do Somewhere In Time, a música segue com muita melodia e licks que mostram muito a influência do Thin Lizzy.

Isle Of Avalon é um dos melhores momentos do CD. Iniciada por um arranjo de baixo e guitarra bem característico, é criada uma atmosfera que te mantem atento e curioso para descobrir o que vem adiante. A música de 9 minutos segue com licks maravilhosos. Há um trecho que lembra bastante Rush e aquele estilo progressivo dos anos 70. Ao vivo deve ser incrivel!

Starblind começa tranquila e segue com um riff bem hard rock. Há uma pausa, e começa a execução de um riff da escola Black Sabbath/Deep Purple/Led Zeppelin. Interessante, até seu timbre com reverb remete o ouvinte aos anos 70. As mudanças são constantes, presenteando o ouvinte com licks maravilhosos e inesperados.

As três músicas que fecham o album são as melhores.

Chegamos a The Talisman. Uma das melhores músicas da carreira do Iron Maiden, e talvez o melhor momento do album. O esquema lembra The Legacy, do album anterior, com um arranjo ótimo de violão e um vocal declamado. Épica, rica e imprevisível, a música cresce com Bruce cantando em tons bem altos, ótimos licks e um refrão cativante. Há um riff bem Black Sabbath depois dos solos. Outra música que deve funcionar muito bem ao vivo.

The Man Who Would Be King tem uma intro linda e calma. A música cresce e fica bem progressiva. No refrão há um lick de guitarra dobrada, que eles também aprenderam ouvindo Thin Lizzy. Outro grande momento.

Nicko McBrain havia comentado que When The Wild Wind Blows era uma das músicas mais legais da carreira do Maiden. Ele não estava errado. Ao lado de The Talisman, é realmente o melhor momento do album. A intro é linda, e Bruce segue cantando na melodia dos licks de guitarra. Os licks e solos aqui foram muito bem pensados. Essa música realmente te pega de jeito. Mais uma da serie ' deve funcionar muito bem ao vivo '.

Pronto, pode respirar agora.

Este é um album diferente e muito especial. Com certeza muita gente não vai gostar, afinal, não é um album facil de ser digerido, não segue o convencional. É ousado. The Final Frontier mostra que o Iron Maiden consegue ser uma banda versátil sem perder a personalidade. Isso é para poucos!

A titulo de curiosidade, o album vai indo tão bem que alcançou a 4° posição na Billboard, vendendo 63 mil CDs só nos EUA. Nunca um album da donzela foi tão vendido nos EUA. Além disso, é número 1 em vendas em países como Inglaterra, Canadá, Suécia, Noruega e Finlândia.

Finalizo desejando que esta não seja a fronteira final.

UP The Irons!!!

* Trecho da entrevista retirado da edição N°139 da revista Roadie Crew.

Comercial de TV do novo album:

http://www.youtube.com/watch?v=rAKefWnBpa8&feature=player_embedded

-- LINK DO ALBUM NOS COMENTARIOS --

2 comentários:

John Charge disse...

http://hotfile.com/dl/63614843/8c61986/www.NewAlbumReleases.net_Iron_Maiden_-_The_Final_Frontier_%282010%29.rar.html

Rosamaria Mello disse...

GRRRRRRRRRRRRRRRRR
Não creio D:
heuaheuhah
Tenho nem o que falar...baixando e vou comprar ele também, esse não pode faltar na coleção!
( E que venha o Iron em 2011 **esperando ansiosamente** )