segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Stratovarius - Nemesis (2013)




- Muitas bandas frequentemente falham na tentativa de se reinventar, mas definitivamente não parece ser o caso do Stratovarius. Muito pelo contrário. Em seu décimo-quarto lançamento, que marca a estréia do baterista Rolf Pilve, a banda vem com som experimental e coeso, o que é ótimo até para o Power Metal, já que o estilo estagnou também por ter se repetido demais.



Depois da saída de Timo Tolkki, passei a encarar o Stratovarius de forma despretensiosa. São raros os casos em que a banda consegue superar a saída de seu líder e principal compositor. Substituído por Matias Kupiainen, os finlandeses lançaram mais 2 registros, Polaris e Elysium, ambos bem recebidos pela crítica. Mas ao ouvir Nemesis, me surpreendi. Além de ser um álbum muito experimental, a sensação é de como se a banda quisesse se reinventar. Embora a presença da fórmula que os tornou conhecidos seja percebida, os músicos não tiveram medo de fugir do padrão. Nemesis soa moderno, plural e mais do que Metal, mas artisticamente relevante. 

São muitos os grandes momentos, entre eles o belo single Unbreakable, a tradicional Fantasy (que aliás, daria um belo single), a experimental Castles in the air, a balada orgânica If the history is over, Nemesis, a música título que fecha a obra com chave de ouro, entre outros.


Destaco também os arranjos de Jens Johansson, que ao contrário de outros momentos, se mostra muito inspirado. Mas em Nemesis quem rouba a cena é o guitarrista Matias Kupiainen, que ironicamente agregou muito ao som da banda, com muita versatilidade e bom gosto. 

Ainda que Stratovarius e Timo Tolkki estejam sempre ligados, Kupiainen parece ter conquistado em definitivo o seu lugar.

- Tracklist

 1. Abandon
2. Unbreakable
3. Stand My Ground
4. Halcyon Days
5. Fantasy
6. Out Of The Fog
7. Castles In The Air
8. Dragons
9. One Must Fall
10. If The Story Is Over
11. Nemesis
 



quinta-feira, 23 de setembro de 2010

James Labrie - Static Impulse ( 2010 )

- Versatilidade independente



Após cincos anos do lançamento de Elements OF Persuasion, o vocalista do Dream Theater resolveu apostar novamente na carreira solo, acertando em cheio desta vez com o arrebatador Static Impulse. O album será lançado somente no dia 28 de Setembro, mas como de praxe, vazou antes da data oficial. Não poderia deixar de compartilhar esta pérola com vocês.

Com este novo lançamento, a sensação é de que James Labrie não teve mesmo medo de experimentar. A banda é formada por Peter Wildoer ( bateria/vocais de apoio ), Marco Sfogli ( guitarra ), Ray Riendeau ( baixo ) e o amigo de longa data Matt Guillory ( teclados/vocais de apoio ). Com um time de peso formado, é certo que este album soa como um gol em final de copa do mundo.


" Este é o metal moderno, tão pesado e relevante quanto qualquer banda que vai na mesma direção musical. Há riffs que vão explodir sua cabeça e melodias tanto no instrumental quanto no vocal que são hipnóticas. "
- James Labrie


O que o ouvinte encontra aqui é uma fusão muito interessante entre o metal progressivo e elementos do death metal melódico, com direito a guturais de Peter Wildoer. O album conta também com um ótimo trabalho de mixagem e masterização feito por Jens Borgen ( Opeth, Katatonia ).

Os músicos parecem se encontrar no apogeu da inspiração, criando ótimos momentos e atmosferas pegajosas.


Entre os muitos destaques, One More Time, Jekyll Or Hyde, Mislead, Euphoric, Over The Edge e I Tried. Incrivelmente, o melhor ainda fica para o final com Coming Home. Esta é certamente uma das melhores músicas da carreira de James Labrie.

Recomendo e saliento, agora já é possivel imaginar uma carreira solo brilhante do vocalista canadense que agora se mostra independente do Dream Theater.

Mais um forte candidato aos melhores do ano!



- Tracklist

01. One More Time (4:16)
02. Jekyll Or Hyde (3:46)
03. Mislead (4:18)
04. Euphoric (5:09)
05. Over The Edge (4:20)
06. I Need You (4:11)
07. Who You Think I Am (3:57)
08. I Tried (3:58)
09. Just Watch Me (4:18)
10. This Is War (4:30)
11. Superstar (3:32)
12. Coming Home (4:29)
13. Jekyll Or Hyde (demo) (3:48) *
14. Coming Home (alternate mix) (4:23) *


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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Battalion - Underdogs ( 2010 )

- Começo Triunfante e Suicídio


Muito tem se falado sobre a evolução do metal. Questiona-se muito se o estilo deve seguir com novas misturas que originam novos rotulos, ou se deve ser mantida a caracteristica old-school. Por fim, cada um defende seu partido.

O certo é que nos ultimos anos, o cenario encontrou uma maneira de agradar a gregos e troianos. Tem de tudo para todo mundo. Bandas que buscam fazer um som mais moderno, procurando ainda uma identidade única, fazendo misturas cada vez mais diferentes - por vezes estranhas - e outras que lutam para manter vivo o espirito do metal dos anos 80.

Um movimento que tomou forma e muita força é o Thrash revival. Nomes como Warpath, Havok, Evile, Warbringer, Violator, Bonded By Blood e Hexen são bandas da nova geração que vem lutando contra a maré, erguendo a bandeira do Thrash old-school.

E a tropa de elite não está sozinha. Recentemente, juntou-se a eles nessa luta mais uma grande promessa do estilo, BATTALION.



O quarteto suíço que iniciou suas atividades em 2006, lança em 2010 seu primeiro e ótimo album, Underdogs. Composto por 11 músicas que mostram forte influencia de Metallica, Exodus e Annihilator, o CD ainda conta com uma capa muito bem desenhada. Um verdadeiro presente para os fãs de thrash metal.

Curioso e interessante, as três ultimas músicas do album tem uma influência discreta do power metal europeu.

Vale a pena bangear!

OBS: recentemente, o guitarrista Cyril Etzensperger se suicidou. Em nota no site oficial da banda, os músicos alegaram que o guitarrista estava cansado de viver e se matou em sem proprio quarto. Suas ultimas palavras foram: " Sorria quando você pensar em mim ".



Deixo aqui esta homenagem a um guitarrista jovem que infelizmente interrompeu sua vida e carreira de futuros promissores.

- Formação

Silvan Etzensperger - Vocal/Guitarra
Cyril Etzensperger (R.I.P)- Guitarra
Lukas Marti - Baixo
Samuel Riedener - Bateria

- Site

www.battalionmilitia.com

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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Rage - Strings To A Web [ 2010 ]

- Reafirmando a relevância




É curioso pensar que existe um alfabeto de bandas incriveis pouco cultuadas no Brasil. Algumas fazem e fizeram história no heavy metal e possuem uma discografia extensa, ainda assim, não tem público e/ou condições de fazerem shows com frequência por aqui. Em pauta no Code Metal, um dos protagonistas deste assunto, Rage, grupo alemão que só veio cair na graça dos fãs brasileiros em 2005, epoca em que completava 20 anos de carreira, após tocar na primeira edição do Live'N'Louder. Depois do lançamento do bem sucedido Carved In Stone, a banda entrou em estúdio para gravar o vindouro segundo album com André Hilgers ( Silent Force, Axxis ) nas baquetas, que teve a dificil missão de substituir o idolatrado Mike Terrana, este considerado por muitos como um dos melhores bateristas do estilo.


“ Este álbum mostra todas as diferentes faces e características e eu acredito que seja a maior e mais variada gravação que já fiz. "
- André Hilgers


Strings To A Web é um album muito inspirado, porém complexo. O tipo de CD que as pessoas geralmente não gostam tanto na primeira ouvida. Detalhes aqui fazem toda a diferença. Produzido pelo renomado Charlie Bauerfeind, o disco tem muita dinâmica, além de apresentar aquelas passagens imprevisíveis características do Rage.

O album começa com a animada The Edge Of Darkness, que por mais contagiante que seja, não é a melhor faixa de abertura da banda.

Hunter And Prey
segue com muito peso e um refrão que fica na cabeça.

Into The Light poderia ser uma faixa de Carved In Stone. A obscuridade e melodia dessa música arrebatam o ouvinte de primeira. Destaque para o trabalho de guitarra de Victor Smolski, o guitarrista russo que prova porque é considerado um dos melhores guitarristas da atualidade.

The Beggar's Last Dime é inconstante e possui um refrão que cativa. O destaque aqui vai para o Peavy, com um trabalho vocal maravilhoso. Mais um grande momento do disco.

Chegamos ao melhor e mais complexo momento do album, Empty Hollow. A música conta com a participação da Lingua Mortis Orchestra e é dividida em cinco partes: Empty Hollow, II: Strings To A Web, III: Fatal Grace, IV: Connected e V: Reprise. A precisão da banda em cifrar a melancolia é assustadora. A sequência chega ao climax na parte IV. A atmosfera rica criada pela cadência da bateria e baixo, seguida por um excepcional lick de guitarra e um trabalho vocal perfeito faz desse o melhor momento do album.

Saviour Of The Dead
possui riffs muito p
esados e um solo pra lá de despojado de Victor Smolski.

Hellgirl
começa com um riff que flerta com o hard rock, mas não se engane, é apenas um flerte. Aqui o refrão também é bastante animado.


O riff que inicia Purified vai fazer sua cabeça balançar! A música é rápida e possui um refrão melódico.


Quem conhece o Rage, sabe que esta é uma banda que sabe fazer ótimas baladas e acerta em cheio aqueles que gostam de baladas tristes. Through Ages é uma dessas músicas. Curta, limpa e envolvente.

Tomorrow Never Comes
fecha o album de maneira otimista. Mais uma faixa ' alto astral ' do disco. O ritmo de alguns riffs chega a ser dançante!



“ Estou muito orgulhoso do álb
um, nós raramente soamos tão inspirados e é absolutamente um marco em nossas carreiras. ”
- Peavy Wagner


As viúvas de Mike Terrana podem até reclamar sua falta, mas é inegável que André Hilgers é um grande baterista. Então, ponto para o Rage que vem lançando ótimos albuns. Agora só nos resta torcer para que a turnê do novo album passe pelo Brasil. Eu vou!

Tracklist:

01. The Edge of Darkness
02. Hunter and Prey
03. Into the Light
04. The Beggar's Last Dime
05. Empty Hollow
06. II: Strings To A Web
07. III: Fatal Grace
08. IV: Connected
09. V: Empty Hollow (Reprise)
10. Saviour Of The Dead
11. Hellgirl
12. Purified
13. Through Ages
14. Tomorrow Never Comes



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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Scorpions - Sting In The Tail

- Venenoso até o fim!





Logo quando as gravações do sucessor do ótimo Humanity Hour I começaram, os veteranos da banda alemã não esconderam a empolgação, dizendo que o novo trabalho seria uma volta às raízes. Tudo ia muito bem, até que veio a bomba: este seria o album de despedida da banda. Os músicos foram muito questionados, mas se mostraram muito convictos, alegando que gostariam de terminar a carreira no topo, com um album forte e uma turnê que mostraria aos fãs e ao mundo um grupo com quase 40 anos de história ainda em ótima forma.

Apesar dos fãs ao redor do mundo acharem essa uma atitude precoce, verdade seja dita, se eles queriam mesmo encerrar a carreira com um ótimo album, eles conseguiram.

Sting In the Tail soa nostálgico. Entre os destaques:

- a abertura com Raised On Rock é matadora. O quinteto mostra o quão malicioso é quando o assunto é rock. Interessante, o riff inicial chega a lembrar Rock You Like a Hurricane.


- A homônima Sting In The Tail apresenta aquele hard rock direto e pesado, característico da banda.

- The Good Die Young é daquelas baladas grudentas do grupo que é especialista no assunto. A faixa conta ainda com a participação de Tarja Turunen, mas aqui a excelente cantora definitivamente não faria falta.


- Rock Zone é mais uma grande faixa, carregada de um hard rock pesado, rapido e sujo. A medida que o album vai avançando, vai dando um aperto no coração, já que estamos ouvindo o ultimo album do Scorpions.

- Turn You On é um dos melhores momentos do disco. Com uma cadência perfeita, riffs poderosos, a música segue com um refrão grudento e um trabalho vocal excepcional - e não poderia ser diferente - do mestre Klaus Meine.


- The Best Is Yet To Come
fecha o album com um ar de despedida. A música é mesmo emocionante e possui uma letra linda que fala sobre a carreira que vai chegando ao fim, além de homenagear também o Rock, exaltando sua importância na vida da banda. É impossivel não ficar contagiado quando Klaus canta:

" We cross another road and face another day. Soldiers never die, they only fade away How can we grow old When the soundtrack of our lives is rock and roll? "

" Atravessamos uma outra estrada e enfrentamos outro dia. Soldados nunca morrem, eles apenas desaparecem. Como podemos envelhecer quando a trilha sonora das nossas vidas é o rock and roll? "

Quem quiser ir em mais um show do Scorpions, terá a chance de assisti-los em Setembro. A turnê mundial Get Your Sting And Blackout chegará ao Brasil dia 17, e passará por São Paulo, Curitiba, Brasília e São Luis.


Ainda que a banda esteja certa de sua aposentadoria, os fãs ainda podem dizer:
Don't Stop At The Top!

Tracklist:
01 - Raised On Rock
02 - Sting In The Tail
03 - Slave Me
04 - The Good Die Young
05 - No Limit
06 - Rock Zone
07 - Lorelei
08 - Turn You On
09 - Sly
10 - Spirit Of Rock
11 - The Best Is Yet To Come




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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Korzus - Discipline Of Hate


- A hora e a vez do Korzus!




É excitante o otimismo no ar quando entra em pauta o metal nacional. Nesses últimos anos, o cenário brasileiro tem figurado entre os principais exportadores de metal do mundo. Bandas como Krisiun, Torture Squad e Violator tem feito muitos pescoços ficarem doloridos Brasil afora. Além da quantidade assustadora de bandas promissoras surgindo, tem sido cada vez mais fácil estar em um evento de metal, já que sempre tem alguém engajado nesse meio. Não estou dizendo que tudo são flores, até porque, como músico, sei da dura realidade a qual faz reféns muitas bandas do underground. Ainda falta apoio, mas não falta espaço. Parece que a Terra do Samba e da Bossa Nova pode ser chamada também de Terra da Música Pesada, ainda que a publicidade e as grandes mídias não admitam e nem se orgulhem disso. Mas isso é discussão para uma outra postagem.

Eis que 6 anos depois do lançamento do aprovadissimo Ties Of Blood, o Korzus surge surpreendendo a todos com o defato raivoso
Discipline Of Hate.

Após a saída de Silvio Golfetti, guitarrista e co-fundador da banda, e o hiato iniciado em Ties Of Blood, muitos questionaram o futuro da banda. Golfetti foi substituido pelo ótimo Antonio Araujo.

Em uma entrevista realizada em 2009 por um grupo seleto da HMB ( a comunidade do Orkut, Heavy Metal Brasil ), Pompeu disse que Antonio Araujo era o cara que o Korzus estava precisando e que ele viria a marcar seu nome no cenário nacional. O vocalista não estava fazendo propaganda enganosa. É notável neste novo album a adição do guitarrista pernambucano, que assumiu com muita personalidade as 6 cordas da banda.

Discipline Of Hate não é apenas o melhor album do Korzus, como também é um dos melhores lançamentos já feitos por uma banda de Metal brasileira. Com músicos no auge da inspiração, riffs inteligentes, refrãos poderosos - alguns chegam mesmo a serem grudentos -, é impossivel ouvir esse album sem balançar a cabeça. Depois de ouvi-lo varias vezes, o sentimento é de que chegou a vez do Korzus dominar o mercado internacional.


" Este é um dos melhores albuns de Thrash que eu ouvi em muito tempo "
- Schmier ( Destruction )


Os destaques ficam com a faixa-título arrasa quarteirão
Discipline Of Hate, a perfeita Truth ( que rendeu até um video clipe muito bem produzido ), a ótima 2012, a grudenta Raise Your Soul, a violência de Revolution, a alegria de mosh Never Die, e ' Slayerana ' Slavery.


A banda vai indo tão bem que recebeu nota 10 nas revistas Roadie Crew, Comando Rock e Rock Underground, além de ter fechado contrato com uma gravadora alemã
AFM Records e estar fazendo uma promoção para os fãs. No encarte do CD há um selo destacável que é a chance de ganhar uma mega viagem para a Europa com o Korzus! Maiores informações no www.Korzus.com.br

Este album tem porte de clássico, não há duvida. Candidato a melhor do ano!

- Video-clipe de Truth:

http://www.youtube.com/watch?v=rYJIFPFuxQk

- Tracklist:

01 - Discipline Of Hate
02 - Truth
03 - 2012
04 - Raise Your Soul
05 - My Enemy
06 - Revolution
07 - Never Die
08 - Slavery
09 - Last Memories
10 - Under His Command
11 - You Reap What You Sow
12 - Hell
13 - Hypocrisia



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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Iron Maiden - The Final Frontier



Baixei, ouvi e me surpreendi.

Ufa. Essa é a expressão depois da viagem até a fronteira final. Agora já posso respirar...

Este é com certeza o album que mais esperei esse ano, e estamos falando de uma grata surpresa.

Depois de 14 albuns, quando ouvimos um album novo do Iron Maiden, geralmente esperamos por aquela formula tão conhecida que eles sempre usaram nos discos e que tornaram algumas músicas previsíveis com o passar dos anos. Isso não é demerito algum. Mas desta vez, quem esperou pelo ' muito do mesmo ' quebrou a cara. Não que The Final Frontier não tenha uma receita. Tem sim, eles usaram a formula do imprevisível.

Depois do mediano A Matter Of Life And Death, esperava que The Final Frontier viesse mesmo superior, mas não tanto. Fomos todos avisados que este seria um album que flertaria por campos progressivos, mas o que temos aqui é um verdadeiro romance com o prog.

Em recente entrevista, Dave Murray dizia que em alguns momentos a música Sattelite 15...The Final Frontier não parecia soar como Iron Maiden. Ele seguiu dizendo:

" ...eu mostrei para alguns amigos e eles ficaram com cara de dúvida, dizendo que era legal mas sem muito entusiasmo. Até que, de repente, parece que deu um clique neles. Algo como ' ah sim, agora entendi! ' Por um lado isso é bom porque leva você a um lado diferente. Aí, vc se toca que é Iron Maiden e volta para sua área de conforto. " *

Isso traduz bem a sensação que eu tambem senti, não só na música de abertura, mas em varias outras passagens.

Estamos falando de um album complexo, ousado e muito rico.

A abertura é muito confusa e cheia de misterio. Um ar de desespero, é como se você estivesse mesmo perdido no espaço. A atmosfera rica se desenvolve e para de repente, entrando então a parte já conhecida de Sattelite 15...The Final Frontier.

É a vez de El Dorado. Depois de ouvir o album inteiro, é possivel compreender porque foi a primeira música liberada pela banda. É a música menos complexa do album, tem uma conotação comercial mais forte. Mas ao mesmo tempo, apesar de ser uma boa canção, fica fraca ao lado do restante do material.

Mother Of Mercy tem uma intro bem caractertistica do Iron Maiden, e vai crescendo com um riff que me lembrou um pouco o antigo Def Leppard. Alguns trechos soam hard rock, mas de maneira bem discreta.

Coming Home começa de um jeito bem diferente do usual. Em alguns momentos, soa como músicas da carreira solo do Bruce Dickinson, mas as partes limpas te fazem lembrar de músicas como Children Of The Damned e Revelations. Destaque para os solos, que são excepcionais.

O album começa a esquentar com The Alchemist. Com a cadência de músicas do Somewhere In Time, a música segue com muita melodia e licks que mostram muito a influência do Thin Lizzy.

Isle Of Avalon é um dos melhores momentos do CD. Iniciada por um arranjo de baixo e guitarra bem característico, é criada uma atmosfera que te mantem atento e curioso para descobrir o que vem adiante. A música de 9 minutos segue com licks maravilhosos. Há um trecho que lembra bastante Rush e aquele estilo progressivo dos anos 70. Ao vivo deve ser incrivel!

Starblind começa tranquila e segue com um riff bem hard rock. Há uma pausa, e começa a execução de um riff da escola Black Sabbath/Deep Purple/Led Zeppelin. Interessante, até seu timbre com reverb remete o ouvinte aos anos 70. As mudanças são constantes, presenteando o ouvinte com licks maravilhosos e inesperados.

As três músicas que fecham o album são as melhores.

Chegamos a The Talisman. Uma das melhores músicas da carreira do Iron Maiden, e talvez o melhor momento do album. O esquema lembra The Legacy, do album anterior, com um arranjo ótimo de violão e um vocal declamado. Épica, rica e imprevisível, a música cresce com Bruce cantando em tons bem altos, ótimos licks e um refrão cativante. Há um riff bem Black Sabbath depois dos solos. Outra música que deve funcionar muito bem ao vivo.

The Man Who Would Be King tem uma intro linda e calma. A música cresce e fica bem progressiva. No refrão há um lick de guitarra dobrada, que eles também aprenderam ouvindo Thin Lizzy. Outro grande momento.

Nicko McBrain havia comentado que When The Wild Wind Blows era uma das músicas mais legais da carreira do Maiden. Ele não estava errado. Ao lado de The Talisman, é realmente o melhor momento do album. A intro é linda, e Bruce segue cantando na melodia dos licks de guitarra. Os licks e solos aqui foram muito bem pensados. Essa música realmente te pega de jeito. Mais uma da serie ' deve funcionar muito bem ao vivo '.

Pronto, pode respirar agora.

Este é um album diferente e muito especial. Com certeza muita gente não vai gostar, afinal, não é um album facil de ser digerido, não segue o convencional. É ousado. The Final Frontier mostra que o Iron Maiden consegue ser uma banda versátil sem perder a personalidade. Isso é para poucos!

A titulo de curiosidade, o album vai indo tão bem que alcançou a 4° posição na Billboard, vendendo 63 mil CDs só nos EUA. Nunca um album da donzela foi tão vendido nos EUA. Além disso, é número 1 em vendas em países como Inglaterra, Canadá, Suécia, Noruega e Finlândia.

Finalizo desejando que esta não seja a fronteira final.

UP The Irons!!!

* Trecho da entrevista retirado da edição N°139 da revista Roadie Crew.

Comercial de TV do novo album:

http://www.youtube.com/watch?v=rAKefWnBpa8&feature=player_embedded

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